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Instituições de Ensino Superior criam campanha em favor da UAB

Inicia esta semana a campanha nacional em favor da Universidade Aberta do Brasil (UAB). A campanha é organizada pelo Fórum Nacional de Coordenadores UAB e busca chamar a atenção de toda a sociedade para as dificuldades financeiras que o programa vem enfrentando nos últimos tempos.
A UAB é um sistema nacional integrado por 86 Instituições de Ensino Superior – entre elas universidades federais, estaduais e institutos federais – que oferecem cursos superiores na modalidade a distância. Criado em 2005 pelo governo federal, o sistema foi instituído para ofertar ensino superior em localidades mais afastadas dos grandes centros e capilarizar as oportunidades de educação. Inicialmente, o programa priorizou a formação de professores para o ensino fundamental, mas atualmente oferece cerca de 600 cursos em diversas áreas entre licenciaturas, bacharelados e especializações. A Unicentro oferta 5 graduações e 14 especializações na modalidade a distância, atendendo um total de 3 mil alunos. Os polos de apoio presencial estão espalhados em 30 cidades do Paraná.
A campanha em favor da UAB surgiu após uma redução, por parte do governo federal, no repasse do custeio e nas bolsas para contratação de professores e tutores. As Instituições de Ensino Superior que participam do programa dependem dessas verbas de custeio para pagamento de diárias, transporte, impressão de materiais, entre outras despesas. “Para se manter funcionando sem prejudicar os alunos cada universidade está buscando alternativas nos recursos captados através de convênios, por exemplo. Em alguns casos os reitores estão auxiliando, retirando recursos próprios das universidades”, disse a professora Maria Aparecida Crissi Knüppel, coodenadora da UAB na Unicentro/PR e representante das universidades estaduais na presidencia do Fórum Nacional de Coodenadores.
Para Nara Maria Pimentel, coordenadora na UnB e representante das universidades federais na presidência do Fórum de Coordenadores, a campanha tem o objetivo de fazer com que a educação a distância faça parte da agenda política nacional. “Nós queremos sensibilizar o governo, afinal não precisamos de tantos recursos. Não que a EaD seja algo barato, mas queremos chamar a atenção para o custo-benefício. Desde que a UAB foi criada, o número de alunos foi ampliado gradualmente, o número de cursos, polos, etc.. A única coisa que não foi ampliada é a nossa estrutura, não tivemos aporte para melhorar, por isso qualquer corte é extremamente prejudicial ao sistema”.
O governo federal não divulgou oficialmente informações sobre o corte no custeio das universidades, mas os coordenadores estimam em torno de 75%, acompanhando os cortes nos programas de pós-graduação, além do contigenciamento de bolsas em torno de 30%. “Para se ter uma ideia, o orçamento hoje da UAB é de 900 milhões, mas tivemos aprovado apenas 400 milhões. Desse total ainda não temos ideia do quanto será efetivamente liberado”, disse Maria Aparecida.
A campanha em favor da UAB conta com diversas ações. O Fórum de Coordenadores teve o pedido aceito de audiência pública na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados, a audiência deverá ser realizada no ínício de setembro, mas ainda não tem data definida. Outra ação da campanha é a coleta de assinaturas dos prefeitos das cidades que possuem polos da UAB (os polos são locais utilizados para a realização de provas e atividades presenciais nos cursos a distância). Por fim, a campanha busca envolver toda a sociedade civil através da petição on-line que pode ser encontrada no link: http://www.peticaopublica.com.br/pview.aspx?pi=BR83558. “Temos ouvido também que para 2016 não teremos liberado o valor integral do custeio o que impede a entrada de novos alunos. Temos um edital para a entrada de 150 mil novos alunos para o ano que vem, mas sem esses recursos não conseguiremos. A nossa causa é em favor da Universidade Aberta do Brasil. Em favor de que o sistema tenha um pouco mais de perenialidade nos seus recursos”, completou Maria Aparecida.